Alquimias
Ainda há pouco tempo havia quem defendesse que num prazo relativamente curto, entre 30 e 50 anos o Homem poderia alcançar a imortalidade.
Estas afirmações/convicções baseavam-se na esperança da evolução/aprefeiçoamento da nanotecnologia e de através dela se criarem fármacos capazes de eliminar e ou transformar a estrutura de células especificas do corpo humano sem "mexer" nas adjacentes.
Num piscar de olhos a Natureza veio provar à saciedade a fragilidade destas teorias; mostrar que não passam da alquimia dos tempos modernos, e que a preocupação/objectivo tem que ser, não a imortalidade, mas conseguir que não aconteça a extinção da especie humana.
Um simples micro-ser conseguiu em poucos meses parar o Mundo e as consequencias desta paragem forçada estão ainda por avaliar. Nada nos garante que de um momento para o outro, não apareça um outro "bichinho" com a mesma ou maior capacidade de contágio, mas de tal forma letal, que não dê para esperar 1 ano ou 1 ano e meio por uma vacina, ou um fármaco que o elimine.
Uma coisa parece certa, dificilmente, depois disto, tudo voltará a ser como dantes, e o mais provável é que esta crise acelere o fim do ciclo do elevador social. O ciclo em que a grande maioria viveu melhor que os seus pais e muito melhor que os seus avós. As perpectivas são de que a maioria dos nossos filhos e netos vão ter uma vida, do ponto de vista das comodidades que hoje temos e até esbanjamos, bem pior que foi a nossa.
Hoje ficamos a saber que, a curva de crescimentos de novos infetados em Portugal não está a crescer da forma exponencial que se previa, e que aparentemente vamos conseguir dilatar no tempo o processo de contágio, evitando assim a rotura dos nossos serviços de saúde.
Ficou no entanto a convicção, pelas várias declarações dos membros do governo, que os números são mais políticos que reais; pois são "trabalhados" através da "racionalização" (seja lá o que isso for) do número de testes efetuados.
Cai assim por terra a promessa do Presidente da República, que garantiu que ninguém ia mentir nesta crise. Ouvir António Costa afirmar que nada falta no SNS é até ofensivo para os profissionais de saúde que continuam a arriscar a vida sem nenhuma proteção, ou com proteções improvisadas.
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