Mãe do Céu...
Ontem fui ver a minha mãe que está sozinha numa aldeia onde vivem apenas 8 pessoas. Aproveitei para tratar das minhas abelhas e ver como estavam as minhas videiras.
Não vi mais ninguém e obviamente, até porque a minha mãe já tem a bonita idade de 87 anos e não resistiria ao virus, não houve beijinho nem abraço, manteve-se a distancia de segurança e fizeram-se todas as recomendações.
Fez-me bem o contacto com a terra onde nasci e onde passei a infancia, com a terra propriamente dita e com esses animais indispensáveis à nossa sobrevivência, que indiferentes ao drama que os humanos vivem, continuam a fazer brotar vida a cada minuto.
Quando cheguei a casa e antes de vir embora disse à minha mãe que as abelhas este ano estão a fazer pouco mel, só fazem abelhas (tinha as meias alças cheias de criação) e que as videiras estão a precisar de tratamento, pois já vão a nascer as novas uvas.
No regresso, sozinho no carro, pensei na minha vida, no que ela tem sido simpatica comigo, nos momentos dificeis, dramáticos mesmo, porque já passei e como alguem omnipotente e omnipresente em que acredito, mexeu os cordelinhos para que tudo acabasse bem. Tantas vezes superando as minhas melhores expectativas.
As lágrimas cairam quando pensei e disse mesmo: - MÃE DO CÉU porque nos abandonastes?
Já disse esta frase no singular tantas vezes, ao longo da minha vida, mas no plural, abrangendo toda a humanidade é a primeira vez!
Resta-me a consolação, a fé (aquela que é a ultima a morrer), de que também desta vez ELA vai ouvir a minha suplica e tudo vai acabar bem!
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